segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Blogagem Coletiva: aderindo à campanha.

 
A Camila escreveu, alguém leu e achou bonito
Copiou sem a noção de que aquilo era delito
A autora, mesmo ocupada, percebeu e deu um grito!


Mamães da blogosfera acharam o ato um horror
Em postagem coletiva, causaram verdadeiro furor
Contra aquele que copia, seja ele quem for.


Micheli deu uma de Clarinha e disparou a tagarelar
É crime! disse ela, disposta a denunciar
A pessoa incapaz de seu próprio texto inventar.


Dani contou do plágio entalado na garganta
Mariana e Roberta  falaram tudo que as espanta
Natália, cheia de leite e prosa, canta!


No fim todo mundo concordou
que fez mais bonito quem em vez de copiar, linkou
aquilo que viu no blog alheio e gostou.




Aderindo à iniciativa da Carol Passuello.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A babá ideal

Minha mãe precisava de uma faxineira. Conversa daqui, conversa de lá e encontramos uma com ótimas referências. Vamos buscá-la numa fazenda bonita e damos de cara com uma menina, assim, quase do meu tamanho. Menina que, por falta de eletricidade, tinha noite comprida e com mais horas para sonhar.
Marta não ligava muito para os ponteiros do relógio e acabava sempre queimando alguma coisa no forno. Só ela, porém, sabia fazer aquele bolo de limão com cobertura de farofa doce que meu paladar sente tanta falta. Marta manchava as roupas ao lavá-las, mas contava as histórias mais lindas de princesas que viviam dentro das bolhas de sabão. Marta se esquecia de fazer muitas coisas, mas sabia infinitas histórias de cor.

Marta me mostrou um mundo que talvez eu não descobrisse sozinha, um “mundo da lua” em que fomos acusadas de habitar tantas vezes. Infância compartilhada que sobrevive até hoje, quando mostro os deslimites do céu para minha filha.

Para a melhor babá do mundo, minha eterna gratidão.
 
Imagem: Shermy

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Casa longe de Casa


Comecei a sofrer com o dia do casamento por volta dos meus sete anos. Seria eu capaz de viver longe das sardas da minha mãe? Eu bem sabia que não e, se o casamento fosse algo irremediável, já estava decidido: seria vizinha da minha própria família. Talvez a preocupação precoce já antecipasse o fato de que eu, com uma aliança no dedo, estaria bem longe de tudo o que me é familiar. 

Que surpresa eu tive quando percebi o valor da distância. Enxergar o mundo assim, só com o meu par de olhos, foi uma experiência reveladora. Será que eu teria me entendido esposa se estivesse acompanhada dos olhares pesados de quem conhece todo o meu passado? O fato é que tivemos todo o tempo e a liberdade para nos reinventarmos como uma nova e única família. Como foi bonito construir nosso ninho assim, dos nossos próprios vôos solitários. 

Quando a família vem de longe nos visitar me encho de alegria e orgulho. Exibo meu território recém-conquistado como uma menininha ao mostrar a nota dez da prova para os pais depois da escola.  E aí vou me impregnando de mim mesma, vou me aconchegando debaixo das confortáveis asas maternas.

Bem na hora em que relaxo as rédeas da vida que conduzo sozinha chega a hora da despedida. E então dói como da primeira vez. Serei eu capaz de viver longe das sardas da minha mãe? Com aquele excesso de razão que os adultos carregam, eu bem sei que sim. 


Gostaria de aproveitar o post para agradecer o presente que ganhei da Mariana no sorteio que ela fez lá no Mãe da Rua. Recebi um kit de adesivos da Names2Glue que de tão lindos ainda não tive coragem de usar. Obrigada, Mariana! ;)