sábado, 26 de junho de 2010

Imprevisível Imaginário Infantil


Houve a época em que ela adorava ouvir a história de quando ainda morava dentro da minha barriga e de como ela veio ao mundo. Escutava atenta e emocionada, como quem recorda de um passado longínquo.
Ela tinha dois anos.
Antes de dormir era sempre a mesma história que ela queria ouvir. Então eu contava paciente de quando ela era do tamanho de um grãozinho de arroz e morava dentro da minha barriga. E de como ela cresceu lá dentro até ficar do tamanho de um feijão e continuou sempre a crescer até que a Tia Kitty (Doutora Cristiane para os menos íntimos) abriu a minha barriga e a tirou lá de dentro.
E assim passamos algumas semanas, ela pedindo para eu contar a mesma história e eu contando com os mesmos detalhes de sempre. Até que um dia a peguei no quarto, contando praticamente uma história de terror para a boneca dormir. E assim ela dizia:
“Quando eu era bem pequena, morava na barriga da minha mãe. E lá dentro eu papava muito arroz e feijão e fiquei grandona. Aí a Hello Kitty cortou a barriga da minha mãe e me tirou lá de dentro”. 




* Um graaande abraço para a Dr. Kitty, nosso anjo da guarda!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Criando Laços Paulistanos


Dá, sim, para viver sem amigas.

É fácil guardar as frustrações só para gente. Quando apertar basta ler um livro, ver um filme triste e desabafar.

Ninguém precisa ficar ligando todos os dias para outra pessoa exclusivamente para comentar qual receita deu certo, qual promoção encontrou, qual cor de cabelo você adotou. Essas futilidades não têm absolutamente NADA a adicionar na vida de alguém.

Só quem não tem opinião própria precisa de uma amiga para ir ao shopping e palpitar sobre exatamente tudo o que você olha. E espelhos existem nos provadores para suprir a falta de amigas julgadoras do que vestiu bem e o que não ficou legal.

Amigas distraem nossa atenção. Tiram nosso foco. Não dá para correr na esteira da academia nem para fazer economia. Porque amiga sempre tem história para contar e liquidação para indicar.

Além do que, vivendo sem amigas, você precisa cuidar só dos seus problemas. Você pode continuar achando que a sua história é única, que seus dramas são os maiores e suas tristezas mais profundas.

Dá, sim, para viver sem amigas.
Mas ainda bem que eu tenho as minhas.

 

Gabi, é muito bom ter você por perto. Parabéns pelo seu dia!