terça-feira, 5 de outubro de 2010

Casa longe de Casa


Comecei a sofrer com o dia do casamento por volta dos meus sete anos. Seria eu capaz de viver longe das sardas da minha mãe? Eu bem sabia que não e, se o casamento fosse algo irremediável, já estava decidido: seria vizinha da minha própria família. Talvez a preocupação precoce já antecipasse o fato de que eu, com uma aliança no dedo, estaria bem longe de tudo o que me é familiar. 

Que surpresa eu tive quando percebi o valor da distância. Enxergar o mundo assim, só com o meu par de olhos, foi uma experiência reveladora. Será que eu teria me entendido esposa se estivesse acompanhada dos olhares pesados de quem conhece todo o meu passado? O fato é que tivemos todo o tempo e a liberdade para nos reinventarmos como uma nova e única família. Como foi bonito construir nosso ninho assim, dos nossos próprios vôos solitários. 

Quando a família vem de longe nos visitar me encho de alegria e orgulho. Exibo meu território recém-conquistado como uma menininha ao mostrar a nota dez da prova para os pais depois da escola.  E aí vou me impregnando de mim mesma, vou me aconchegando debaixo das confortáveis asas maternas.

Bem na hora em que relaxo as rédeas da vida que conduzo sozinha chega a hora da despedida. E então dói como da primeira vez. Serei eu capaz de viver longe das sardas da minha mãe? Com aquele excesso de razão que os adultos carregam, eu bem sei que sim. 


Gostaria de aproveitar o post para agradecer o presente que ganhei da Mariana no sorteio que ela fez lá no Mãe da Rua. Recebi um kit de adesivos da Names2Glue que de tão lindos ainda não tive coragem de usar. Obrigada, Mariana! ;)

16 comentários:

  1. É, Nina... eu estou mais ou menos assim. Quer dizer, eu sempre pensei em casar e estar perto da minha mãe. Agora, que estou tão perto de ter a minha casa, fico louca pra ir pra lá. Não tão longe, mas nem tão perto. Sem pitacos, sem interferências... rs
    Mas sei que vai rolar uma saudade... mas aí tem as visitas, né?
    Gostei mt de ter lido seu post... alivia um pouco essa loucura q to sentindo! rs
    Um beijo

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  2. Adorei su post apesar de eu nunca ter sonhado em casar, voce descreveu de maneira encantadora como eh morar longe da familia e me identifiquei muito. bj

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  3. É, também sou assim. Sai de casa um pouco antes, aos 18 anos, pra construir um mundo só meu. Hoje, me encho de orgulho ao ver este meu mundo, construído ao meu jeito. bjo
    Paloma e Isa

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  4. Depois que saí de casa (antes de casar) passei a ter uma relação completamente diferente com minha família, ao mesmo tempo mais independente e mais próxima. E a cada dia compreendo melhor que assim é a vida, criamos os filhos para que nos deixem um dia e constituam sua própria família. Perde-se uma relação de dependência, ganha-se uma relação de profunda amizade.

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  5. Tenho muita vontade de passar um tempo fora do país, antes não tinha coragem de sair de perto!!!
    Meunúcleo familiar mudou, e meu amor pelo antigo aumentou.
    Bjs!!
    Dan.

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  6. Oiê! Prazer em conhecê-la também. Gostei muito do seu cantinho, que seguirei de hoje em diante. Bjks

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  7. Me separei de minha mãe aos 19 anos.
    Foi dificil, doloroso me ver sozinha sem o calor da familia, naquele silencio na hora do Jornal Nacional.
    Mas foi assim que criei as próprias asas.
    Mesmo assimo como vc ao ir embora após uma visita fica aquela vontade de agarra na barra da saia e dizer: fica...
    Mas ela tb tem o direito de viver a sua vida a sua maneira.
    Então fica o misto de saudades e felicidade por tê-la.
    Beijos

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  8. Lindo o post! Eu nunca sonhei em me casar e morar perto da minha mãe, mas também nunca me imaginei tão longe dela quanto agora. Distância física mesmo. E não é que tá tudo bem? Bom, tem hora que a saudade aperta muito, muito. Daí a gente vai pra lá. Da proxima vez, ela vem. E assim tá tudo bem!

    Beijos e seu blog é muito fofo!

    Lu

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  9. Olá! Acabei de conhecer seu blog e adorei. Já te linkei e vou voltar sempre! Você escreve muito bem, parabéns!
    Muito bacana esse questionamento, acho que todas nós o fazemos em algum momento da vida... difícil se desprender né? Mas realmente, faz parte do nosso amadurecimento!
    Quando puder, passa lá para conhecer meu cantinho e meu filhote: http://maedobento.blogspot.com/
    um beijo!

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  10. Muito legal. Já tinha gostado muito do post anterior, mas, com a correria de que tem um neném em casa, nem comentei. A Sarah tem razão, vc escreve muito bem.
    Depois passa lá no http://onenemdabarriga.blogspot.com/ pra conhecer. Meu blog é bem mais simplezinho, ainda não sei mexer direito nas ferramentas, mas gosto mesmo assim.

    Beijos.

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  11. Gostei tanto do seu blog que te linkei.

    E aprendi a linkar hj.

    Bjos.

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  12. oi Marina... vc é muito fofa! Tava olhando e vi que meu coment desse post não está aqui! Acho q fiz alguma coisa errada!! Bom... Bjão p vc!!!!!
    Bom feriado!

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  13. Ei, que bom que você gostou, querida! E nem precisava me agradecer porque eu nem fiz nada, né? Só o sorteio - hahaha!
    Post lindo, viu?
    bjos

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  14. Ohh como eu gosto de ler essa pequena...
    MarinaNina, ficar longe de mae eu fico já há mt tempo, sempre morei meio longe dela, desde meus 18 anos, mas como é bom voltar ou ser visitada por ela, né? Eu tbm me vejo voltar no tempo de menina, uma delícia.
    Minha mae nao tem sardas, mas tem um sorriso que Deus do céu, é mt lindo.

    Ah sim, a blusa é um vestidinho e claro da H&M loja que amo!!! que coincidência boa né?? Eu amo meu vestidinho mas como tbm o acho curto, uso assim, como blusa, nem preciso cortar, qd dá na telha uso como vestido e coloco meia grossa, pronto, discreto como eu gosto :=)

    Um bj querida
    ps.ahhh, e pra vc,a casa tbm esta aberta viu???!!

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  15. Oi Flor!!!

    Fico um tempo sem passar por aqui, pois sei que é chororo garantido...já faz um mês que não vejo minha mãe...só vou para lá no próximo fim de semana...mas estou com tanta saudade...não sei como consigo viver longe dos meus pais, tem coisas que só o colo deles resolve.

    Beijocas.

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