segunda-feira, 8 de junho de 2009

Saindo do regime

Eu sabia que não seria sempre fácil assim. Afinal, já sou calejada neste universo dos regimes. Nós, gordinhas, cremos em uma fórmula saudável de se perder peso da noite para o dia assim como os devedores acreditam, ao sairem da casa lotérica, que podem ficar milionários na manhã seguinte. Além do que sempre há a história da amiga de uma amiga que conseguiu um corpão de modelo sem grandes esforços. E assim seguimos com fé.


Depois daqueles dois primeiros quilos e quatrocentos gramas que foram embora sem nem se despedirem eu achei que tivesse encontrado o segredo. E ah... como eu curti cada centímetro a menos no meu quadril. Desperdicei meu aniversário recusando várias calças lindas 42 por acreditar que muito em breve meu manequim seria um 38. Oh, doce ilusão.


Acontece que o choque alimentar só acontece na primeira semana, quando se reduz drasticamente a quantidade de alimento ingerido. Deixamos de comer o pãozinho matinal, as bisnaguinhas com requeijão, os dois pratos de arroz com feijão, os quatro pedaços de pizza. Não raspamos mais o leite condensado da lata enquanto fazemos a sobremesa. Aliás, não fazemos mais sobremesas e sim as colhemos nas árvores. Não engolimos mais salsichas toda vez que abrimos a geladeira, nem compramos bombom na banca de revista. Deixamos todos os hábitos gostosos de lado para viver de capim. O corpo retribui aniquilando dois ou três quilinhos. Nada mal. Mas basta uma semana para o organismo se acostumar com a nova gororoba que a velocidade do emagrecimento passa a dar passos de formiga. Duzentos gramas aqui, cem acolá. E ai de você se reclamar. Melhor perder cem do que não perder nada.


Bastou recuperar os primeiro quinhentos gramas para me sentir traída. Foi bom para ficar esperta. E eu achando que esse poderia ser O regime da minha vida.


Para completar a desilusão a temperatura caiu e o meu antigo caso amoroso, a gula, bateu na minha porta me chamando para um revival. Como se já prevendo tudo isso, ela esperou pacientemente em um canto qualquer e apareceu bem no meu momento de maior carência. Chegou toda encantadora, cheia de carinho e atenção. E mesmo conhecendo muito bem o seu joguinho, mesmo sabendo que na manhã seguinte bateria aquele arrependimento de sempre, mesmo sabendo que ela não tem nada para me oferecer além de momentos de puro prazer: me rendi aos seus encantos.


E depois de me aventurar nos braços de um novo regime como uma mocinha iludida, volto a estaca zero.



4 comentários:

  1. Qualquer semelhanção NAO é mera conhecidencia...

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  2. Pois é, pois é... esse frio ngm merece, a gula aparece com toda a sua força e quer detonar a gente! eu AMO comer tbm (mas no estado atual só quero cama... rs)
    bjks

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