sexta-feira, 12 de abril de 2013

Destinatário: Sr. Futuro



Minha filha de oito anos, neste primeiro bimestre, estudou os meios de comunicação. A proposta do livro didático era contrastar os meios de antigamente com os da atualidade.

Começando dos mais remotos meios de comunicação, eis que os alunos são apresentados à arcaica carta. Estranho objeto que se constitui de um elemento chamado papel, geralmente escrita - pasmem - de próprio punho, selada e entregue via ser humano. Antiquíssima prática de comunicação onde um "like" requeria certa paciência e alguns centavos, um "share" exigia papel carbono e um "what's on your mind" chegava ao seu interlocutor em tempo suficiente para seu "status" ter mudado pelo menos umas dez vezes.

Apesar de manter até hoje essa pré-histórica prática, não me dei ao trabalho de tentar convencer a minha filha de como é gostoso encontrar um envelope colorido no meio da pilha de contas e propagandas que chegam pelo correio todos os dias. Nem de como é interessante observar os diferentes selos das regiões do Brasil e do mundo. Muito menos de como dá para viajar imaginando em quantas e quais mãos aquele envelopinho passou até chegar no seu destino, nossa casa. Não comentei como é bom poder esperar o momento ideal para abrir o envelope e poder ler e reler a mensagem quantas vezes quiser. Não disse como é diferente sentir a emoção na caligrafia das palavras, que mudam de tamanho e forma de acordo com o que se conta. Não, não disse nada disso. Mas mostrei.
Baú das recordações para fora do maleiro, entrego nas mãos da minha filha um tesouro pessoal: as cartas recebidas pelo meu avô Hugo durante diferentes momentos da sua vida. Em meio a papéis amarelados, lemos juntas sobre bondes e bailes, amores e saudades. Lemos sobre a tifo, sobre a água de banho que demorava a chegar, sobre os telefonemas que davam mais trabalho para conectar pessoas do que se elas resolvessem ir uma até outra a pé. Dentre as cartas, encontramos uma espcial, assinada pelo firme e igualmente carinhoso "Vovô Juca".

Cartinha cuidadosamente envolvida em pasta de plástico, segue saltitante para a escola a tataraneta do Senador Juca, contagiada pela magia do verbo que lhe foi entregue pela genética da memória. A carta é lida em voz alta para os colegas e os conselhos do Vovô Juca, cheios de borrões de tinta, triunfam em plena era digital exatos setenta e três anos após deitarem sob a folha de papel.
"(...) Estimos que estejas estudando bastante. Assim acharás tudo cada vez mais fácil. Sabendo bem o que se está para trás aprende-se com maior facilidade. E é esse o meio de viver sempre satisfeito e dar alegria aos teus pais. E é esse o meio de viver a ser útil na necessidade, ter fortuna e prestar auxílio a tua família. Quem não trabalha, não ganha. Quem não estuda, não aprende. O livro deve ser o teu melhor amigo. É preciso ser amigo da leitura, ler livros, ler poemas... O tempo em que está lendo é bem applicado. Todos esses homens que fazem figura na advocacia, medicia, etc, é porque estudaram, não perderam tempo".

Um comentário:

  1. Prezada mamãe,

    O Laboratorio Daudt tem o prazer de convidá-la a participar de um café da manhã com outras mamães blogueiras no Hotel Fasano, Rua Vitorio Fasano 88, Sao Paulo, dia 04 de Maio de 2013 ás 10h para uma manhã educativa.

    Neste dia contaremos com a participação de profissionais conceituados, que falarão sobre cuidados especiais com bebês e crianças, incluindo os temas saúde bucal e assaduras.

    No final do evento distribuiremos brindes e sortearemos um final de semana com acompanhante, incluindo aéreo, no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

    Aguardamos sua presença.

    R.S.V.P. contato@daudt.net / 0800 707 0987

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