segunda-feira, 25 de maio de 2009

Solidariedade Feminina

Outro dia minha filha de apenas quatro anos e sete meses, como ela faz questão de frisar, chegou da escola e me contou que tinha beijado na boca. O choque foi tamanho que não consegui nem soltar o berro que ficou entalado na minha garganta. Melhor assim, não quero assustá-la e fazer ela perder a confiança em mim. Espero que continuemos amigas e confidentes durante toda a vida. Por isso respirei fundo e perguntei se o colega cúmplice da arte também queria beijá-la. Afinal, até que ponto vai a safadeza dessas crianças? Para meu alívio não, o menino não queria beijá-la. Foi ela, com toda a determinação feminina do século vinte e um, que não só correu atrás dele como segurou sua cabeça e o beijou a força. Outro berro entalado. Inspira. Expira. Expliquei, então, que beijamos na boca quando temos um namorado que também quer beijar a gente. Ela então perguntou com a indignação do ser humano mais incompreendido da face terrestre: “Mas mamãe, como a gente faz quando eles não querem beijar a gente?” Foi então que tive uma daquelas visões que dizem acontecer nos segundos antes da nossa morte e vi todos os amores não correspondidos que judiaram do meu coração durante a vida. Coloquei a mão no ombro da minha filha em solidariedade e respondi: “Esta, minha querida, é uma boa pergunta.”


2 comentários:

  1. Aliás, uma ótima pergunta... A gente só sofre? Até o tempo de chegar uma nova paixão? OU espera amadurecer e perceber que isso nem importa TANTO e q outros beijos virão? Prefiro a segunda opção. HOJE, pq já sofri por ter sido rejeitada, ou por não saber se ele queria, rs.
    Eita mundo complicado!

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  2. Ei, Nina! Ia te responder o comentário por email, mas não tenho o seu email... rs
    Então... não sei ainda como manter os seguidores e o contador, mudando o layout... Queria colocar os seguidores no meu layout tbm! rs
    Vou procurar saber e, se alguém me falar como faz, eu te conto tbm, ok?!

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