sexta-feira, 15 de maio de 2009

Amores em série

Se ando pensando muito nos dilemas profissionais da minha vida, é porque as questões emocionais estão muito bem resolvidas. Sempre fui mais emoção que qualquer outra coisa. Se um gênio da lâmpada me aparecesse e pedisse para eu optar entre um super emprego milionário e um grande (e mesmo que pobre) amor, eu optaria pelo amor sem sombra de dúvidas.

Outro dia estava conversando com uma amiga solteira e me dei conta de que ter o coração acalmado com a certeza de uma relação terna e verdadeira é um alívio e tanto.

Minha amiga é um mulherão de 1,70 de altura. Loira, turbinada, livre de celulite. Não por acaso ela causa danos por onde passa, deixando uma fila de homens de quatro pelo caminho. E porque ela também se apaixona por todos eles acaba sendo alvo de análise entre o pessoal. Todo mundo a acusa de ser superficial, ou imatura, ou ainda covarde por não querer se aprofundar em uma relação monogâmica nem depois do 20 anos de idade. Em vez de ir a fundo em uma paixão ela vive pulando de um romance para o outro, pulo este que pode ocorrer num espaço de 24 horas, às vezes 12.

Mas eu entendo o drama de ser solteira dela e toda a sua aflição. Ao contrário do que a oposição acredita, o problema da minha amiga não está na falta de um amor verdadeiro. Afinal, para ser verdadeiro o amor não precisa de longa trajetória de convivência, nem de aliança e almoço de família. Para falar a verdade o amor não precisa nem de presença física. Ele pode acontecer em uma fração de segundos, numa troca de olhares dentro de um ônibus lotado. Vive-se um amor inteiro dentro de olhos tão cheios de possibilidades.

Da mesma forma também é amor, em toda sua plenitude, o que a fã sente pelo seu ídolo, e o que o aluno alimenta pela professora primária. O que difere um amor do outro, nestes exemplos, são as relações entre quem ama e quem é amado. Mas o amor é autêntico em todos os casos e não se distingue por profundidade. O amor apenas é.

Ter um só amor é tarefa difícil. Escolher um alguém para amar significa abandonar centenas de possíveis amores. É acreditar que almas gêmeas são demasiadamente iguais para ficarem junta uma da outra. É ter fé que se pode viver vários amores em um amor só.

Talvez eu seja a única pessoa, então, que acredite que minha amiga sofre de excesso de amor, e não falta dele. Ela pode carecer de relações e tudo o que ela nos proporciona, mas de amor ela está bem servida. Tão bem servida que anda meio desnorteada... porque o amor é grande demais. Amar cansa porque preenche toda a nossa existência. E se um amor já nos consome e tira o foco da nossa razão, que dirá uma série deles.



5 comentários:

  1. Ninaa! ja li seu texto umas mil vezes...ele me fez pensar...
    Alias, todos seus textos me fazem parar pra pensar...pensar em ser mãe, em ter um grande amor (ou varios), em viver em um mundo cor de rosa feminino.. É incrivel como voce consegue colocar em palavras sentimentos que todas nós, mulheres, temos! Nem preciso dizer que seu blog eh MARAAAA!!!! =)

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Oi, Nina! Tudo ok? Obrigada por sua visita e pelo interesse também, mas eu não faço trocas, não. Me mudei tem pouco tempo e tô dispondo de menos espaço que antes, então...a ordem é arrumar lugar no armário!rsrsrs
    De qualquer forma, se ainda assim, você tiver interesse, me fala!=)
    Beijão.

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  4. É, você falou tudo. O amor é. E realmente preenche toda nossa razão. No meu caso não toda ela mais, mas isso é por causa da distância. Que chato.
    E sabe, se eu fosse sua amiga, também estaria surtando... excesso de amor é um problema. Assim como excesso de tudo, né? Tudo nessa vida precisa de uma dose certa.
    Beijos

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  5. É, Nina... acho que sofre de excesso de amor tbm, rs. Mas quero viver vários amores em um só, como vc disse! E tenho esse medo de amar alguém e logo em seguida chgar outro amor e não saber o que fazer... Mas ainda acho que é pq não encontrei 'aquele'.
    Quero achar! rs

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